Aprender matemática, português, ciências naturais e sociais deve fazer parte da formação dos estudantes. Acontece que existem elementos primordiais que perpassam todos os esses conteúdos, que são capazes de transformar informação em sabedoria: são os valores.
Esse tipo de conhecimento é construído por um conjunto de pequenas coisas, de experiências que acontecem em casa e espraiam em todos os ambientes em que frequentamos. Então, o que devemos esperar dos valores na escola?
Para começo de conversa, toda formação é uma parceria. É impossível delegar para a escola o ensino de valores, até mesmo porque a criança absorve todos os exemplos dados por seus referenciais com quem convive diariamente: pais, irmãos, professores, babás e colegas de escola.
Por isso, é importante sim checar que tipo de formação oferecido na escola, mas também fazer uma avaliação do que se passa em casa. Confira o nosso post e entenda melhor o assunto:
Como devem ser abordados os valores na escola
É um engano pensar que é preciso ser uma escola confessional, ou seja, ligada a alguma instituição religiosa, para transmitir valores. Os conceitos fundamentais para convivência entre cidadãos devem ser encontrados em instituições que tenham uma ética sólida e bem fundamentada.
É possível perceber isso em atividades e orientações propostas, capazes de auxiliar a desenvolver hábitos nos pequenos que serão levados por toda vida. Levantamos 5 valores que vão ajudá-lo a identificar os fundamentos que estão sendo oferecidos ao seu filho. Confira!
Respeito
Ao pensar nesse valor relacionado à educação, a primeira coisa que vem à mente é o respeito “aos mais velhos”. Não está errado, mas o fundamento vai muito além! Envolve a diferença, o ambiente e o mundo que nos cerca. É entender onde termina a nossa liberdade e começa a do outro.
O respeito deve estar inerente aos mais diversos espectros da vida, seja animal ou vegetal. Para transmitir isso, é preciso ser exemplo. Evitar falar mal de outras pessoas na frente da criança, buscar ser sempre educado com todos a sua volta, obedecer às leis de trânsito. Até o lixo que se deixa de jogar no chão é um ato de respeito para com a natureza e a sociedade.
Todos esses gestos devem ser ressaltados e explicados para que a criança os compreenda desde pequena. Os desvios cometidos pelo pequeno precisam ser expostos, mas com amor e cortesia, o que também denota respeito. Como afirma o educador e filósofo, Mário Sérgio Cortella, “Um líder corrige sem ofender e orienta sem humilhar”.
Uma escola que transmite o respeito é aquela que valoriza seus profissionais e estimula as crianças a serem corteses com todos, desde o porteiro à diretora, sem fazer acepção de pessoas. Outro gesto que denota esse valor na escola são ações sustentáveis que valorizam o meio ambiente.
Autocontrole
Muito ligado ao conceito de respeito, o autocontrole envolve saber gerenciar desejos, medos, frustrações e ansiedades (algo que também não é nada fácil para nós, adultos!). A chave para melhorar essa relação está no diálogo.
Augusto Cury, escritor e doutor em psicanálise, em seu livro “Pais brilhantes, professores fascinantes”, orienta que “devemos adquirir o hábito de nos reunir pelo menos semanalmente com nossos filhos, para dialogar com eles.
Devemos dar-lhes liberdade para que possam falar de si mesmos, das suas inquietações e das dificuldades de relacionamento com os irmãos e conosco, seus pais”.
Escolas que desenvolvem habilidades artísticas, como o teatro e a contação de histórias, ajudam seus alunos a expor melhor seus anseios e, assim, exercer o autocontrole de forma mais harmoniosa.
Outro ponto a ser observado é como se dá a atuação da escola junto às crianças e aos pais — sua aproximação e conhecimento das necessidades individuais e sua maneira de lidar com conflitos e dificuldades que se apresentam em sala de aula.
Responsabilidade
Não, eles não estão tão pequenos assim para serem responsáveis! Nossa superproteção como pais acaba por desenvolver adultos negligentes no futuro. E são as pequenas coisas que fazem toda a diferença, como guardar os brinquedos, arrumar o próprio quarto, ajudar nas pequenas tarefas do dia. Esses hábitos ensinam a relação entre causa e efeito, e o papel do indivíduo perante seus erros e acertos.
Em sala de aula, os professores podem estimular nas crianças o cuidado com seu próprio material. Projetos transdisciplinares que envolvam os alunos em atividades conjuntas, como feiras, saraus e apresentações, também ajudam a desenvolver a responsabilidade na vida das crianças.
Empatia
Uma palavra que traduza esse valor que a compaixão. Em latim, compassio significa entender a dor de outra pessoa. Todos temos nossas agruras! Todos temos nossas agruras! Compreender e ser compreendido em uma sociedade cada vez mais individualista requer de nós o valor da empatia. Ajudar seu filho a desenvolvê-la não só o tornará um ser humano melhor, mas também um líder respeitado.
A empatia começa em casa com o exemplo, na forma com a qual os pais se importam com o que os filhos pensam e sentem, se espraia na vida cotidiana e no relacionamento com os menos favorecidos.
A escola vem para somar por meio de ações solidárias, mostrando às crianças que existem outras realidades menos coloridas e pessoas com as quais precisamos nos importar, mesmo que não as conheçamos.
Independência
Esse é outro valor que, para ser cultivado, é preciso resistir à tentação. Todas as vezes que em que a criança passa por dificuldades para encaixar um brinquedo de montar, vestir sua roupa ou amarrar o cadarço do tênis, ela está aprendendo a ser independente.
É o momento de segurar aquela vontade de ajudar e permitir a descoberta! É importante que isso aconteça também nas lições de casa. A ajuda deve ir até um certo ponto, estimulando que a resposta, certa ou errada, venha da criança.
Pode parecer simples, mas a maioria dos pais sabe o quanto é um desafio cortar o cordão umbilical do pleno cuidado. À medida que as habilidades são desenvolvidas, é preciso conferir uma gradual independência em seu escopo de ações.
Já na escola, “os professores devem superar o vício de transmitir o conhecimento pronto, como se fossem verdades absolutas. Até porque, a cada dez anos, muitas verdades da ciência se tornam folclore e perdem seu valor”, orienta Augusto Cury.
O processo de construção do conhecimento envolve hipótese, verificação, tentativa/erro, observação e conclusão. Sem isso, a humanidade nunca teria se desenvolvido. Daí a importância da instituição de ensino oferecer a experimentação, seja em atividades dirigidas, laboratórios ou em outros projetos.
Esses são apenas alguns pontos a serem observados para verificar como se desenvolvem valores na escola. É importante observar e saber escolher a instituição de ensino que será parceira no desenvolvimento do seu filho para verificar se as suas metas se alinham aos ideais que pretende cultivar em família.
Quer saber sobre outros fatores relevantes na formação dos pequenos? Assine nossa newsletter!